Feeds:
Posts
Comentários

Posts Tagged ‘artesanato’

Artesã reconhecida, Maria Lira Marques é um valioso pedaço da vasta riqueza humana do Vale do Jequitinhonha. Seu nome em evidência, mais do que lhe dar a satisfação de ver valorizado o trabalho que faz, lhe dá a oportunidade de trazer à luz outros valiosos pedaços dos quais não gosta de se ver destacada.

Lira nasceu no ano de 1945, em Araçuaí (Médio Jequitinhonha – MG), onde mora até hoje. Filha de um sapateiro e de uma lavadeira, ela começou a trabalhar bem cedo. “Desde que eu peguei um tamanhozinho, mãe me pôs para lavar roupa, buscar lenha. Já lavei muita roupa para as famílias com a minha mãe”, conta. Sem água encanada em suas casas, elas e outras lavadeiras compartilhavam o Rio Araçuaí no dever da labuta. “Ia de manhã e ficava na beira do rio”, lembra a artesã.

De sua mãe, Dona Odília Borges Nogueira, não recebeu apenas o dever de ajudar no sustento da família. Na figura dela, Lira pôde assimilar caminhos que driblavam a pobreza material e transmitiam vida. “Minha mãe era uma artista. Ensinava a gente a declamar com gestos: ‘ó minha filha, a gente tem que fazer isso grande.’ Ela tinha muitos dons. Tinha uma voz linda, sabia alguns tons no violão, fazia muitos trabalhos manuais, ensinava a gente a se defender se uma pessoa pegasse a gente. Não conseguiu estudar, mas era uma mulher muito inteligente. Até hoje, eu fico encabulada: como uma pessoa criada sem mãe, lavadeira de roupa, tinha tantos dons artísticos?”, conta. Foi observando Dona Odília mexer com a argila que Lira se iniciou no ofício de artesã. “Ela gostava de fazer a cerâmica na ocasião de Natal. Ela fazia os presepinhos e dividia com as famílias aqui. Ia chegando o Natal, falavam: ‘Odília, faz um presepinho’”. Nas horas vagas do serviço de lavadeira, Lira mexia com o barro. Seu trabalho com o artesanato foi, com o tempo, ganhando reconhecimento até que conseguiu fazer dele o ofício de onde tira o sustento. Sua mãe morreu em 1998, porém não deixou para ela o luto, mas a herança da vida: “Eu amo aquilo que eu faço. Isso é o que me dá vontade de viver”.

A resistência e a coragem de Dona Odília frente às adversidades foram um dos estímulos que fizeram Lira desabrochar como artista. Assim como sua mãe, ela consegue, através da arte, romper o bloqueio que inibe o povo do Vale de expressar sua beleza. Sua respeitável obra é feita com o chão do seu nem sempre valorizado sertão: as máscaras são moldadas no barro da região e a terra com que pinta os desenhos dos quadros ela mesma, pesquisando, colhe em Araçuaí.

Lira é também uma das vozes do Coral Trovadores do Vale, fundado em 1970 por ela e Frei Chico, padre holandês que está no Brasil desde 1968. Com o Frei, Lira construiu uma profunda amizade e parceria. O encontro entre eles lhe gerou, além do ofício de cantadora, o de pesquisadora. A criação do Coral se deu, inclusive, por causa do esforço dos dois em um amplo trabalho de pesquisa sobre a cultura do Vale. “Nós gravamos 250 fitas com cantigas de roda, cantigas de ninar, cantos de pedir esmola, cantos de beira-mar, cantos sobre a educação da criança. E não ficou só nesses cantos, mas também sobre a agricultura, como plantar, quais os tipos de milho que existem, como é que planta a mandioca, quantos tipos de mandioca têm, como é que faz uma casa, tudo sobre os remédios, as rezas, tudo, tudo o que você imaginar”, diz.

Composto por moradores da região, os Trovadores do Vale entoam canções cuja autoria pertence a todos. “O Coral canta as músicas do povo – que a gente pergunta com quem aprendeu, ‘ah aprendi com a minha mãe, com a minha avó, com meu tio’ – do domínio público”, explica.

Por conta do trabalho como pesquisadora e no Coral, Lira era convidada para participar como jurada do Festivale – festival que acontece anualmente no Vale do Jequitinhonha. Para julgar as canções, saber enxergar a beleza que brota do chão era o que mais valia: “Eu não estudei música, mas eles me convidavam pela minha sensibilidade. Geralmente é um lavrador que fazia a música. Às vezes, tá falando do próprio Vale, da sequidão, da planta, do amor. E eu entendia isso muito bem, graças a Deus”.

O trabalho no Coral que lhe dá a oportunidade de celebrar a cultura do Vale em festivais também a leva para caminhos que muito fazem seu povo sofrer: as fazendas de cana-de-açúcar. Se por um lado os canaviais proporcionam a renda que a sequidão e a falta de emprego tiram dos homens do Vale do Jequitinhonha, por outro trazem tristeza por deixá-los longe de suas cidades e de suas famílias. O Coral, por vezes, viaja para os estados onde esses homens vão trabalhar como cortadores de cana e lá faz apresentações na intenção de levar um pouco do Vale para eles. “Aparece muita gente chorando”, conta.

As apresentações revelam o contraste entre a alegria e a tristeza do Vale do Jequitinhonha: uma terra que, ao mesmo tempo em que produz uma cultura rica que a liberta do sentimento de desvalorização, está exposta à pobreza que submete seu povo a condições sufocantes. “É o que eu sempre bato na tecla: tem sim esse lado bonito, mas a gente não pode achar que tudo tá bonito porque você tá vendo os ônibus levando pessoas e depois essas pessoas ficam desprezadas”, pontua Lira. Ela tem dois sobrinhos que trabalham nos canaviais. Um deles, por causa da maneira de cortar a cana, está com uma parte do peito para frente.

De sua terra, Lira é, assim como muitos outros valiosos pedaços do Vale do Jequitinhonha, um pouco filha e um pouco mãe: é acolhida e acolhe. Do modo de viver que lhe abraça, colheu, com Frei Chico, riquezas para ajudá-lo a reuni-las no Abecedário da religiosidade popular – Vida e religião no Brasil, livro de autoria dele e da antropóloga Lélia Coelho Frota. Deixou-se colher pelos Ícaros do Vale, companhia de teatro de Araçuaí, para ser acolhida na peça Maria Lira que o grupo produziu sobre sua vida.

Ter o acolhimento da admiração dos outros é, para ela, uma grande satisfação. “A gente poder fazer alguém feliz com um trabalho manda você pra frente. Todo mundo gosta de ser reconhecido quando é uma coisa sincera. Nossa Senhora, isso me dá muita felicidade”, diz. Mas é sendo um pedaço do Vale, é no cultivo do modo de viver local, junto com sua gente, que ela se faz uma artista inteira.

As famosas máscaras em cerâmica de Lira

Read Full Post »

Quem é como o artesão Zé do Ponto, nascido e criado no interior, não gosta de ser sozinho. Ninguém se constrói sem ninguém, assim ele aprendeu a pensar. Zé nasceu em Chapada do Norte (Médio Jequitinhonha – MG), no ano de 1949, com o nome de José Sebastião Vaz. Passou a conhecer melhor a vida que gosta quando começou a trabalhar na roça do seu pai. “Com 12 anos já estava na luta. Mexia com plantação, fazia lavoura”, conta. A função de lavrador proporcionou a ele, além do aprendizado de um ofício, um modo de vida que dava espaço para seu interior falar. “Eu gostava demais. Pra mim, era o meu prazer. Eu nem pensava, naquele tempo, em namorada. Pensava mais em ter amizade, no diálogo com os amigos”, recorda.

Zé firmava, na lida, laços que só uma conversa de íntimo para íntimo pode construir. “Tinha aqueles amigos que a gente contava um caso e morria ali. Era amigo mesmo. Cê podia sumir, ficar um, dois anos fora que, quando você voltava, era o mesmo amigo. A pessoa tinha aquela amizade profunda com a gente”, lembra. Depois, porém, que “o pessoal começou a andar no mundo, a conhecer como é lá fora”, o interesse em conhecer o que há dentro do outro foi diminuindo. “Hoje você pega uma amizade, quando é amanhã a pessoa tá olhando você de lado”, diz.

Nas cidades grandes, Zé diz não ver as pessoas partilhando-se umas das outras. Elas se trancam, não se deixam desvelar. “Lá fora ninguém dá muita confiança para o outro. É aquele negócio: ninguém conhece ninguém”. Já em Chapada, a possibilidade de contato com alguém desconhecido é motivo de satisfação: “Aqui, muitas vezes, passa uma pessoa que eu nem nunca vi e falo: ‘ei, chega pra cá’. A gente nunca viu, mas tem prazer de conhecer pra ver como é a conversa daquela pessoa”.

A vida em sua terra lhe impôs ofícios que exigiam muito esforço. “Era aquela luta”, lembra. Mas isso não o contrariava: “Eu gostava de trabalhar”. Além de agricultor, Zé foi tropeiro e hoje, como artesão, reafirma a satisfação que lhe traz a labuta: “Deus me livre se não tivesse trabalho!”. Ter a liberdade de ser o dono do seu serviço tornava a execução da atividade muito mais agradável. “É uma coisa dominada pela gente mesmo. Não tem quem manda, quem manda é a gente. Aí cê faz com grandes interesses, enxerga que é uma coisa sua. Acho que tem que se sentir mais é feliz”, diz.

Esse modo de ver o trabalho, entretanto, mudou um pouco quando se tornou cortador de cana em São Paulo. Zé estava com a idade de 28 anos na primeira vez que migrou para lá. “Eu tinha completado só um mês de casado quando fui. Todo ano eu tinha que ir pra lá, não era alegria não”. A “questão do dinheiro”, conta, foi o que o levou aos canaviais: “Aqui a gente trabalhava pra gente mesmo, cê colhia, mas não tinha preço. Aquilo era pra nossa sobrevivência”.

O “lá fora” começou a se instalar no interior, atraindo-o às novidades do progresso. “Todo mundo começou a chegar com um radinho, aí eu pensava: ‘quero um rádio pra mim também’”, lembra. Como o que produzia na roça “não tinha preço”, Zé encontrou nas fazendas de cana-de-açúcar um trabalho em que poderia ter um salário. “A gente recebia mensalmente, então cê tinha como comprar”, explica. Por outro lado, usufruir das novidades do progresso se tornou um preço alto demais. Ele não tinha mais a tranquilidade de viver em sua terra e nem a liberdade de ser o dono do seu serviço.

Na tentativa de não voltar a cortar cana em São Paulo, Zé resolveu tentar fazer do artesanato seu meio de vida em Chapada do Norte. “Cheguei aqui, montei uma marcenariazinha. Inventava alguma coisinha da minha cabeça, fazia uma gamela, um balaio. Pensava à noite e falava: ‘amanhã eu tenho que fazer aquilo’”, conta.

Fazer do artesanato seu meio de vida não era simplesmente uma tentativa de garantir o seu sustento e o de sua família – Zé tem dez filhos. Era, também, um meio de viver ao seu modo e a arte de, pacientemente, esculpir sua realidade. No início, ele encontrou dificuldades para se firmar: “Nos começos, começou não dando certo”. Mas a insistência valeu a pena. Seu empenho lhe tornou um dos vencedores do Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato. Mais do que a satisfação de ser premiado, o artesanato lhe trouxe o que mais preza na vida: saúde e amizade.

Ver uma ideia sua e simples pedaços de madeira e couro tomando a forma de cadeiras, bancos, mesas, tambores lhe enchem de satisfação: “Tem coisa que não dá nem para acreditar que a gente que fez. Não é que eu cheguei no ponto?!”.

Os tambores que Zé produz ajudam a entoar o ritmo da Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Chapada do Norte. É uma criação sua, o tambor – “Eu não sei copiar nada de ninguém, o que eu sei fazer é as coisas minhas mesmo, criar as coisas minhas mesmo” – ajudando a repercutir uma criação do seu povo, a Festa: “Pra mim, ela é uma alegria, porque a gente tem uma coisa diferente pra mostrar, é coisa nascida de dentro da gente mesmo, dentro da família”, diz.

Irmão do Rosário, ele considera fundamental a preservação das características da Festa: “Nós seguramos ela, pra nunca mudar”. É que conservar a congada, a batucada, a cavalhada é uma maneira de não calar a voz que expressa quem eles são. Longe de ser uma tentativa de se trancarem em seus valores e de se afastarem de outras vozes, preservar as tradições é uma possibilidade que têm de deixar vir para fora seu interior.

Os laços formados pela convivência fazem com que fiquem sempre perto um do interior do outro. No Vale do Jequitinhonha, ele conta, é comum encontrar, ao lado, soluções para driblar situações adversas: “Aqui a gente tem o diálogo, porque a pessoa tem que comunicar, chegar para o outro: ‘eu tô sentindo isso, eu tô passando por isso’. Às vezes, numa conversa que ele fala, o outro já sabe uma saída lá na frente, não é verdade? Porque eu dispus a minha fraqueza e ocê compôs a sua bondade pra me ajudar”.

O mesmo laço da convivência que o liga às outras pessoas, ensinando-o que “ninguém vive sozinho” lhe dá liberdade para exteriorizar o que há dentro dele. “Eu gosto muito de escutar a opinião dos outros. Alguma coisa que eu sei, eu passo pra pessoa e alguma coisa que a pessoa sabe, eu também aprendo com ela”, diz.

Dinheiro é necessário, reconhece ele, porém a riqueza que, no seu pensar, dá sentido ao viver vem do cultivo das relações humanas: “A pessoa pode ser pobre, mas é rica se todo mundo confia nela. Nem tudo a gente pode pôr que o dinheiro é as grandes felicidades. Eu quero ter um pouco de dinheiro, mas também quero ter um prazer junto com o meu pessoal”. Com a amizade, acredita, é que se “vai longe”. E Zé do Ponto foi longe sem precisar sair de sua terra. Através do artesanato, teve a oportunidade de ajudar a mudar um pouco a imagem que é feita do Vale do Jequitinhonha. “Falam que aqui é o ‘Vale da Miséria’, mas nosso trabalho tem muita fama nos outros lugares”, diz. Pôde, além disso, estender um conhecimento para além das fronteiras do sertão mineiro: ficar privado da liberdade de deixar seu interior vir para fora pode ser a pior das misérias humanas.

Igreja de Nossa Senhora do Rosário - Chapada do Norte

Read Full Post »

Um lugar que, em meio às agruras de uma vida sacrificada pela pobreza material, consegue servir de inspiração e estímulo para gerar êxito no trabalho guarda muita riqueza. Ser moradora de um “vale que corre pouco dinheiro” não impede a artesã Maria Joana Gonçalves Mendes de extrair satisfação do seu ofício. “Eu tenho orgulho do meu trabalho. Quanto mais eu trabalho, mais eu gosto de trabalhar, traz felicidade e divertimento pra mim”, diz.

Joana nasceu no ano de 1945 em Roça Grande, zona rural de Berilo (Médio Jequitinhonha – MG), onde ainda mora. Com sua mãe, aprendeu a tecer e, aos 12 anos de idade, já trabalhava com artesanato. Reconhecida pelo esmero de seu trabalho, ela tornou sua tecelagem conhecida através da participação em feiras e na associação de artesãos de Berilo, além de percorrer cidades do Vale do Jequitinhonha com uma bolsa cheia de colchas, tapetes, panos em cima da cabeça para oferecê-los de porta em porta.

Seu lugar lhe oferece alguns dos recursos que precisa para trabalhar: ambiente que estimula a criatividade e uma parte da matéria-prima. Poder ser “igual a um passarinho voando” é fundamental para que sua cabeça se sinta livre na hora de criar os desenhos que enfeitam as peças. Do material usado em suas produções, Joana só compra o algodão. A tinta utilizada na coloração, ela mesma vai caçar: “Eu ando no mato com machado nas costas e vou tirando casca de angico, tingui”.

Joana não deixa o estigma de “Vale da Miséria”, a que muitas vezes o Vale do Jequitinhonha é reduzido, ecoar em suas palavras: “Tem esse nome, só que não merece ser falado do jeito que é”. Uma coisa é a pobreza material a que o Vale está exposto, outra é limitá-lo, sem considerar outras formas de riqueza nele existentes, à marca da miséria. Um lugar inteiramente miserável não poderia possibilitar o aprendizado de um ofício e nem oferecer um ambiente favorável para realização dele. “O pessoal é pobre, mas é um vale rico”, diz.

A insistência da pobreza em permanecer na sua terra lhe ensinou a via da persistência: “Quem teima, mata a caça”. É teimando que ela, todo dia, caça os meios que fazem a vida valer. “O mundo judia, mas ensina”, reconhece. E Joana aprendeu. Casou e foi feliz junto ao seu marido até que, após 29 anos unidos, ele morreu. Teve 10 filhos, e “Deus colheu dois”. Uma filha faleceu ainda bebê, aos sete meses, de mal de umbigo e o outro filho morreu atropelado, quando estava prestes a completar 21 anos. De tudo o que viveu, ela conclui: “A vida é sofrida, mas é boa”.

Viver sem companhia nenhuma é que Joana não acha bom. O modo de vida de sua terra a fez apreciar outras pessoas por perto: “Aí vem a tristeza, se a gente fica sozinha: ‘ô dó, por que ninguém é ao meu lado?’”. Trabalhar na roça, lembra, “era bom demais” porque, além da satisfação de ver “aquela lavoura, aquele trem mais gostoso de olhar, aquelas plantas tudo boa crescendo”, ela tinha a companhia do marido. “Mesmo sofrendo com mosquito, formiga, solão quente, eu gostava muito porque estavam os dois trabalhando juntos, conversando da vida, fazendo os planos. É uma vida que passou e não volta nunca mais”.

O falecimento de seu marido ceifou a vida de alegria que compartilhava com ele, mas Joana não protestou: “Esse negócio de morte a gente tem que aceitar, não tem escolha”. Rebelar-se contra o que não era possível ser mudado a paralisaria diante daquilo que ela poderia e precisava manter: a sua vida e a de seus filhos. “A gente faz da fraqueza a força”, diz. Foi na dedicação ao artesanato que, além de colher os frutos que garantiam uma parte de seu sustento e de sua família, tirou satisfação e alento para seguir adiante e ajudar a manter a longa vida da tecelagem de Berilo.

Joana reconhece que, diante da morte, nada se pode fazer, mas não abre mão de ajudar a multiplicar a vida. No Vale, aprendeu que aquilo que o individual não pode modificar, a coletividade é capaz de cultivar. É pensando assim que ela e outros artesãos de sua terra ajudam a conservar a longa tradição da tecelagem local: mais de dois séculos de existência. “Enquanto eu aguentar, eu tô tecendo”, avisa. Muitas vidas ajudaram a manter os muitos anos de vida do artesanato têxtil de Berilo que, por sua vez, já deu vida a muitos que a ele se dedicaram. Se essa dedicação não os enriqueceu materialmente, contribuiu, entretanto, para tornar rica a cultura local. E mais: fez dela uma riqueza que, ao contrário de se esgotar, cresce quando compartilhada.

Read Full Post »